junho 05, 2012

Aquele silêncio que nós não queremos

Dentre os milhares tipos de silêncio, o pior é aquele que queremos, mas não conseguimos, evitar. Ainda dentro desse grupo - que está cheio de casos específicos - escolhi um: o meu silêncio quando estou somente comigo.

Sabe aquele momento relax, que você vai dormir e começa a pensar na vida? Nesse instante os pensamentos - pelo menos os meus - gritam. Gritam e esperneiam insanamente. Mas como sempre foi assim, eu dou o meu jeitinho, acalmo eles e durmo. Ou então, coloco meus brancos e sujos fones de ouvido e feito.

Aí que mora o perigo. Entupir as minhas orelhas não significa ocupar os meus ouvidos. Na tentativa que abafar o som da minha cabeça, escuto música o mais alto possível. Tudo isso porque, às vezes, ficar com os nossos pensamentos é o pior encontro. Escutar aqueles pensamentos que nos atormentam, dói. E dói em dobro. Afinal, vem de nós.

Se é triste? É sim. Sem dúvidas. Mas acredito que seja normal. Sometimes acontecem coisas que ficam martelando. E nós não queremos encarar. E eu quero fugir de mim. Nesse caso em particular, coloco músicas no volume máximo pra tentar me distrair. Mas não adianta. Só aquele silêncio, de apenas alguns segundos, entre uma música e outra, fode tudo. Aí é quando eu respiro fundo, tiro os fones, encaro o teto, e me enfrento.

Não adianta chupar barra de aço até virar parafuso. E é melhor ~ tentar ~ se livrar de uma vez. Às vezes não rola na primeira noite. Mas aí a gente tenta na segunda e na terceira. Uma hora aqueles pensamentos ficam roucos e perdem a força. Eles perdem a força. Nós não. Até fraquejamos, mas não morremos. E até lá, nada de errado em escutar Whitney Houston e lubrificar os olhos enquanto ela canta I Have Nothing. Desde que, quando a música acabe, a gente tire os benditos fones, desligue o iPod, e enfrente.

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OBS 1: Esse texto terá continuação :)
OBS 2: Pra quem também se identifica com a minha best Whitney, aqui vai o vídeo: